quinta, 12 de junho de 2025
Dourados
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Quatro universitárias do curso de Medicina da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com idades entre 19 e 25 anos, registraram boletim de ocorrência na segunda-feira (9) denunciando crime de importunação sexual. O caso teria ocorrido na residência de uma professora, onde as alunas realizavam uma avaliação.
De acordo com o registro policial, o encontro para a prova foi marcado na casa da docente, no Portal de Dourados. Por volta das 17h, as estudantes chegaram na residência sendo recebidas por um idoso de cerca de 70 anos, que trajava apenas cueca. Em seguida, a professora apareceu, desculpou-se e as convidou a entrar.
Enquanto aguardavam na sala, um jovem de aproximadamente 25 a 30 anos, teria se aproximado das acadêmicas pelas costas, abraçando e beijando cada uma delas. Uma das alunas relatou ter sido beijada na boca.
As vítimas afirmam que a professora presenciou a situação sem intervir. Uma das estudantes tentou se desvencilhar, mencionando ter namorado, mas o indivíduo teria insistido, proferindo frases como "quanta mulher bonita, quero tirar foto com elas”.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, a professora teria dito a outra pessoa na casa “tira esse merda daqui, e em seguida desculpou-se, explicando que o homem era seu filho e possuía Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As acadêmicas iniciaram a prova, mesmo abaladas. Após a correção, a professora teria oferecido a quem não estivesse satisfeito com a nota a possibilidade de retornar à residência para refazer a avaliação.
A denúncia foi formalizada na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) por volta das 21h e o caso está sendo investigado como importunação sexual.
UFGD se manifesta através de nota
A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nota manifestando “repúdio a todas as formas de violência contra as mulheres”, citando especificamente a denúncia de importunação sexual envolvendo estudantes de Medicina.
A universidade informou que está adotando procedimentos de apuração e responsabilização por meio de sua Corregedoria. A Universidade afirmou ainda que acompanhará o caso junto à Polícia Civil e fornecerá apoio e informações às autoridades competentes.
Internamente, a instituição disse que está tomando providências para o acolhimento das vítimas e para a aplicação de medidas disciplinares e istrativas, em conformidade com os regulamentos institucionais e a legislação vigente.
Universidade não permite provas em residências, diz assessoria
Questionada pelo Dourados News sobre a permissão para avaliações em casas de professores e sobre um possível afastamento da docente envolvida, a assessoria de imprensa da UFGD esclareceu que a universidade não permite a realização de provas nas residências dos docentes.
Sobre o afastamento ou alguma penalização relacionada a professora envolvida, a assessoria informou que a corregedoria está conduzindo a apuração e os procedimentos imediatos, e que a situação será atualizada após as primeiras medidas serem tomadas.